A psicologia positiva é uma ferramenta poderosa para promover o bem-estar na sua empresa e adotar uma visão mais otimista.

Com raízes na ciência do comportamento humano, essa abordagem permite que você se foque nos aspectos positivos da experiência humana dentro da organização. 

Na prática, você pode usá-la para despertar o potencial dos colaboradores, aumentar o engajamento e construir uma cultura inovadora — tendo a felicidade no trabalho como referência. 

Quer entender mais a fundo a psicologia positiva e sua aplicação nos negócios?

Siga a leitura e aprenda a usar esse conceito no RH.

O que é psicologia positiva

A psicologia positiva é uma vertente da ciência psicológica que estuda a felicidade e o bem-estar humano.

Seu objetivo é focar nos aspectos positivos da experiência humana que fazem a vida valer a pena, ao invés de priorizar as doenças psíquicas, como fizeram outras correntes anteriores.

O conceito foi criado em 1998 pelo psicólogo e então presidente da American Psychological Association Martin Seligman, que pretendia mudar o foco da psicologia. 

Para ele, as escolas de pensamento vigentes na época, como psicanálise e behaviorismo, tendiam a direcionar seus estudos para os transtornos mentais e aspectos disfuncionais dos seres humanos.

Assim, a psicologia positiva surgiu em defesa dos aspectos positivos do desenvolvimento humano, focando na construção de virtudes e investigação do bem-estar.

Nas palavras de Seligman, em seu artigo Positive Psychology: An Introduction (American Psychologist, 2000), a melhor definição para o conceito é:

“O estudo científico do funcionamento e florescimento humano positivos em múltiplos níveis, incluindo as dimensões biológica, pessoal, relacional, institucional, cultural e global da vida.”

Dessa forma, essa nova abordagem psicológica permite uma visão mais aberta e apreciativa dos potenciais, motivações e capacidades humanas.

Para que serve a psicologia positiva?

Na prática, a psicologia positiva é utilizada para potencializar o bem-estar humano e alcançar níveis sustentáveis de alegria e gratificação — ou seja, buscar a felicidade em qualquer contexto. 

Desde o final dos anos 1990, essa abordagem tem sido aplicada no meio acadêmico, profissional e de saúde, entre outros campos do conhecimento. 

De acordo com a International Positive Psychology Association (IPPA), o conceito pode ser incorporado à psicologia organizacional, desenvolvimento profissional, consultoria e psicologia clínica, além de estar presente nas áreas de negócios, educação e coaching.

De modo geral, a psicologia positiva é um instrumento poderoso para o desenvolvimento humano, que parte de uma visão otimista das nossas capacidades.

Em seu livro Felicidade Autêntica (Objetiva, 2002), Martin Seligman cria um modelo de felicidade representado pelo acrônimo PERMA, baseado nestes cinco pilares:

  1. Emoções positivas (Positive emotions): são emoções que vão além da alegria e satisfação, incluindo entusiasmo, otimismo, orgulho, admiração, etc.
  2. Engajamento (Engagement): é o envolvimento em atividades que despertam interesse, traduzido como um estado voluntário e imersivo de dedicação a um objetivo 
  3. Relacionamentos (Relationships): abrangem as relações familiares, profissionais, românticas e de amizade em geral, que são essenciais para alimentar as emoções positivas
  4. Significado (Meaning): é o sentido e propósito que guia as emoções humanas
  5. Realização (Accomplishments): representa a busca pelo sucesso e pode ser individual ou coletiva. 

Para o autor, esses cinco elementos são fundamentais para o bem-estar humano e devem ser integrados na aplicação da psicologia positiva em qualquer área. 

Por que a psicologia positiva é importante nas empresas?

Agora que você já conhece um pouco sobre a psicologia positiva, consegue imaginar sua importância nas empresas?

Basicamente, é a partir dos conceitos dessa ciência que as organizações estão aprendendo a avaliar o estado emocional de seus colaboradores e entender suas necessidades.

Para o RH, esse conceito traz inúmeras oportunidades de investir no desenvolvimento humano, impulsionar o engajamento e construir uma cultura organizacional positiva. 

Afinal, o bem-estar no ambiente de trabalho é um assunto central para as organizações atuais, e está diretamente ligado ao desempenho do capital humano.

Mas como será que os brasileiros se relacionam com o trabalho e percebem a questão do bem-estar?

Para chegar a essa resposta, foi realizada a pesquisa ABRH P.E.R.M.A, fruto de uma parceria entre a ABRH, Mapa de Talentos e Waggl Brasil.

O objetivo da pesquisa é descobrir como anda o bem-estar dos brasileiros nas empresas, partindo do modelo PERMA de Martin Seligman. 

A metodologia utilizada foi o NPS (Net Promoter Score), com perguntas baseadas na escala de 0 a 10, resultando em índices positivos ou negativos nas respostas — considerando que -100 é o pior índice possível e +100 o melhor cenário. 

Nos resultados parciais publicados em 2019, temos alguns insights importantes:

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  • As perguntas em relação à saúde física tiveram os piores resultados, indicando que é preciso ter atenção a essa questão
  • A pergunta genérica sobre satisfação no trabalho resultou em um NPS -1, o que indica que mais da metade dos colaboradores não está feliz no trabalho
  • Para mais da metade dos participantes, também falta um senso de direção mais preciso no trabalho
  • A maioria não se sente apreciada pelos colegas de trabalho e não está totalmente satisfeita com as relações profissionais
  • Pouco mais da metade dos pesquisados experimentam sentimentos positivos no trabalho.

Além disso, algumas respostas a perguntas abertas revelaram critérios importantes para a felicidade no trabalho:

  • Autonomia e apoio na tomada de decisão
  • Ferramentas de trabalho adequadas
  • Identificação com os valores da organização
  • Oportunidades de desenvolvimento profissional e pessoal
  • Atenção à saúde física, psicológica e emocional
  • Equilíbrio entre vida pessoal e profissional
  • Metas claras e direcionamento eficiente da empresa
  • Liderança qualificada e presente 
  • Transparência na comunicação corporativa
  • Humildade e respeito entre colegas de trabalho
  • Redução dos processos burocráticos e engessados
  • Qualidade de vida e propósito no trabalho
  • Altos níveis de engajamento nas equipes.

Do ponto de vista do RH, a pesquisa revela que é preciso focar em aspectos como ambiente agradável, relacionamentos interpessoais, grau de autonomia e clima organizacional.

Dessa forma, a psicologia positiva se mostra uma ferramenta útil para medir e aprimorar o bem-estar nas empresas.

Como usar a psicologia positiva para melhorar o bem-estar nas empresas

Se você quer usar a ciência do bem-estar para melhorar os resultados da empresa, há várias formas de aplicar psicologia positiva.

Acompanhe alguns passos essenciais.

1. Invista em uma cultura positiva

Como vimos, a psicologia positiva muda o foco das fraquezas para as virtudes das pessoas, e essa deve ser a essência da sua cultura organizacional.

Em uma cultura positiva, os colaboradores se sentem valorizados, reconhecidos e livres para compartilhar suas ideias na empresa, e também aprendem a encarar os erros como um aprendizado necessário.

Logo, você pode construir esses valores a partir da comunicação aberta, programas de reconhecimento e foco na inclusão, por exemplo.  

2. Ofereça oportunidades de desenvolvimento

Aplicar a psicologia positiva significa acreditar no potencial humano e ressaltar os pontos fortes de cada profissional. 

Para colocar isso em prática, você pode desenvolver programas de capacitação profissional e planos de carreira que ampliem as oportunidades de desenvolvimento na empresa.

O objetivo é enriquecer a área de T&D (treinamento e desenvolvimento) com a abordagem positiva, criando formações engajantes e abertas aos diferentes perfis de aprendizagem

3. Use o método da investigação apreciativa

A investigação apreciativa é uma metodologia que direciona seus esforços de mudança para os pontos fortes da organização, ao invés de tentar corrigir problemas. 

Isso não significa ignorar as falhas da empresa, obviamente, mas sim implementar uma visão mais positiva em relação ao futuro, focando no que já está dando certo.

Na gestão de pessoas, essa abordagem ajuda a promover o autoconhecimento entre os colaboradores, fazendo com que reconheçam suas qualidades e virtudes acima dos erros. 

É claro que as fraquezas continuam sendo trabalhadas, mas o feedback é muito mais poderoso e motivador quando ressalta o melhor dos colaboradores. 

4. Aplique o capital psicológico positivo

O capital psicológico positivo, também chamado de “psycap”, é um conceito que permite mensurar as competências comportamentais dos colaboradores a partir da psicologia positiva. 

O termo foi criado pelo especialista em comportamento organizacional Fred Luthans, que se dedicou a estudar a relação entre emoções e performance profissional. 

Da mesma forma que o capital intelectual representa o conhecimento acumulado pelos colaboradores, o capital psicológico diz respeito a quatro virtudes fundamentais dos profissionais:

  1. Vontade: motivação para cumprir objetivos
  2. Otimismo realista: confiança na resolução positiva do futuro
  3. Resiliência: capacidade de superar condições adversas e se adaptar
  4. Autoconfiança: confiança na própria capacidade. 

Assim, você pode usar esse conceito como um novo KPI (indicador-chave de desempenho) do RH, que indica como as características positivas estão evoluindo entre o seu pessoal. 

5. Desenvolva a liderança positiva

A liderança positiva é resultado da aplicação dos princípios da psicologia positiva à ciência dos líderes.

Nessa abordagem, o líder age como um potencializador das virtudes humanas, pronto para reconhecer e estimular os talentos e competências de seus liderados.

Assim, os líderes positivos conseguem inspirar e motivar suas equipes a darem o seu melhor, focando nas suas capacidades ao invés de expor suas fraquezas. 

O papel da Waggl na criação de culturas positivas

A Waggl é uma ferramenta indispensável para aplicar a psicologia positiva na sua empresa, pois permite que você ouça e avalie seus colaboradores com mais precisão.

Se você quer um ambiente de trabalho que transpira bem-estar, o primeiro passo é dar voz às pessoas para conhecer suas necessidades, concorda?

Por meio da nossa plataforma de crowdsourcing, você pode criar pesquisas pulso para coletar e selecionar as ideias e opiniões dos colaboradores em tempo real, da forma mais inclusiva e transparente possível.

Dessa forma, é possível ir muito além da pesquisa de clima organizacional e captar as emoções mais subjetivas das pessoas, e ainda obter feedbacks valiosos sobre as ações do RH. 

Depois deste artigo, você deve estar inspirado para usar a psicologia positiva na sua empresa — ou, pelo menos, convencido de suas vantagens. 

Então, não deixe de conferir a plataforma Waggl em ação e comece a planejar a aplicação desse conceito.  

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